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Escalada nos pampas gaúchos - Casa de Pedra

Viajando pelos pampas gaúchos, tendo por paisagens vastas regiões pecuárias, pequenas coxilhas e campos a perder de vista, é difícil imaginar que possa existir setores de escalada naquele local. Contudo, é justamente nesse cenário que está um dos maiores e mais completos picos do sul do país, a Casa de Pedra, no município de Bagé.


Apesar de não ser tão conhecida quanto os setores de Corupá, Caxias do Sul ou de Caçapava do Sul, a Casa de Pedra oferece opções de escalada tão completas quanto aqueles setores. Somente no conjunto principal já é possível escalar vias esportivas, boulders e vias tradicionais. Inclusive é lá, no Pico do Morcego, que está a via "Papagaio pirata", uma das vias de parede mais clássicas do Brasil.


Para chegar ao setor, saindo de Porto Alegre - RS, é necessário pegar a BR-116, em direção a Pelotas e logo após o pedágio sair para a BR-290, que liga à fronteira oeste. Após cerca de 200 km, fique atento para sair na BR-153, em direção à Bagé. Após a placa do km 576 fiquei atento para a saída à esquerda, que estará cerca de 2km distante. Essa saída é marcada pela parada de ônibus que estará do outro lado da BR. Cruze a pista e pegue a estrada de chão batido por cerca de 10 km, abrindo duas porteiras durante esse trajeto e, enfim, chegará ao conjunto principal, que estará à esquerda.

Local de estacionamento e, ao fundo, a aresta do setor "Dijon"

Do estacionamento até os setores deste conjunto, a caminhada varia de 1 a 10 minutos. Recomendo o setor T-Rex, onde tem a clássica "T-Rex" (8a/b), a "Dentes de Sabre" (9b), "Preto no Branco" (9a) e outras em uma parede negativa de agarras muito boas. Também garanto que o setor Dijon possui linhas incríveis, incluindo a espetacular "Efeito Dijon" (9b) e "Marimbondos contra-atacam" (8c). Para quem procura vias de graduação mais baixa, no setor T-Rex há as vias "Raptor" (7a), "Mammutinho" (4º) e "Canaleta" (4º), linhas muito impressionantes. É possível encontrar vias de variadas graduações nos diferentes setores, permitindo uma escalada bastante democrática.

Tentativa de descanso no teto antes de entrar no crux da via "Efeito Dijon" (9b)

Para os fãs de parede, definitivamente a via que deve ser feita é a "Papagaio pirata" (5º VI E3 D0). Além do Pico do Morcego ser a pedra que mais se destaca no Conjunto Principal, a via conta com três enfiadas muito boas de escalar e um visual durante a escalada que é indescritível. A via também está listada como uma das 50 mais clássicas do Brasil.

Área de camping selvagem. Fica a 100 metros do estacionamento e próximo ao setor "Sabão de coco"

O tipo de rocha conglomerado favorece a formação de agarras anatômicas e predominância de copinhos, bidedos e movimentos dinâmicos. Apesar da rocha se esfarelar com facilidade, como é característica do conglomerado, nos setores do Conjunto Principal as agarras são bastante sólidas e o que tinha que quebrar, já quebrou. Porém, cuidado com a abrasividade. Um dia de escalada nesse tipo de rocha já é suficiente para desgastar bastante a pele.


Existem diversas possibilidades para diversos tipos de escaladores na Casa de Pedra e vale muito a pena conferir este cartão postal da escalada gaúcha. Para aqueles que se interessarem, essas e muitas outras informações sobre o setor podem ser encontradas no site http://www.escaladasnospampas.com.br/

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