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O começo de tudo

Por: Lincoln Alexandre Alves (Teco) - Fundador do GECA Montanhismo

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A história se inicia quando oito amigos começaram a se organizar para ir pro mato vez por outra. Em 82, fizemos nossa primeira incursão a Serra da Careta. Ficamos lá por cinco dias, acampados no pé da serra, eu e mais três amigos. Em outras oportunidades de ir a serra surgiu a ideia de fazermos umas camisas. Na época, um amigo ilustrador chegou a fazer o desenho da barraca com os pés pra fora, para usarmos na camisa, e embaixo escrito: Serra II. A ideia não saiu do papel.  

  

Em 92, um amigo voltou de São Paulo para Caxambu. Assim que retornou, eu o convidei para começarmos a mapear possíveis roteiros. A ideia era ter roteiros montados pra levar quem quisesse. No início, fazíamos de moto e quando aparecia alguma excursão, algo maior, tipo uma ida a São Thomé das Letras, aí alugávamos a Kombi do pai dele. Isso se estendeu por mais alguns anos, até que depois nos juntamos e compramos uma Kombi 78. Falando um pouco das excursões, lembro que íamos mais para São Thomé porque era o que mais aparecia. Na época de julho era quase todo dia. Às vezes era tanta gente interessada no passeio que enchíamos duas Kombis. Mas acabava sendo uma realidade que não nos realizava, pois a maioria das pessoas que iam já eram idosas, chegavam à cachoeira, diziam já terem visto o que queriam e estavam prontas para ir embora. Enfim, era mais ou menos como as excursões para STL funcionavam na época. Queríamos mesmo era estar na montanha. 

  

Além das excursões para São Thomé e Carrancas, para visitar cachoeiras e cavernas, tinham as aventuras pela Serra da Mantiqueira também. Serra da Careta, por exemplo, perdi a conta de quantas vezes fomos. Pico do Itaguaré, Pico do Papagaio, Canjica, Serrada Traituba (Minduri), Vale do Matutu, Agulhas Negras e Prateleiras (Parque Nacional do Itatiaia), Maromba, Santo Antonio do Rio Grande / Bocaina de Minas e muitas outras serras por aí. De vez em quando, fazíamos rapel na Serra da Careta e em Aiuruoca. As excursões e acampamentos ainda continuaram por um tempo. Chegamos a fazer algumas camisas para o grupo e também para vender. Fizemos até alguns passeios de jipe com o pessoal da 4x4 & Cia de Belo Horizonte. Dessa forma, fui instigado e patrocinado a montar o site do GECA na época e a tentar reavivar a chama do montanhismo e da aventura na região. Em relação à divulgação, surgiu a ideia de criarmos um jornalzinho, na tentativa de fazer a coisa mais conhecida. Distribuímos à revelia. Fazia uns 100 mais ou menos. Naquela época não tinha internet, então os textos eram retirados de livros e revistas e datilografados. Chegamos até a fazer uma matéria para o jornal Tribuna de Minas, sobre a água mineral de Baependi, que está localizada numa fazenda do Vale Formoso. Enfim, era assim que o GECA funcionava na época.  

  

Ah, e por que do nome GECA? A princípio eram três nomes a serem escolhidos. O primeiro seria "Projeto Montanha", com a letra "M" de uma possível logo, sendo uma montanha. A segunda seria "CCM", Clube Caxambuense de Montanha. E a terceira opção era "GECA", Grupo Excursionista Caxambuense. No fim, acabamos por escolher a última opção por causa da mineiridade da coisa, a palavra GECA com "G" e por aí vai. No meio dessa história toda existe a Serra da Careta. Lugar que tem uma forte ligação com tudo isso. Tomávamos café e almoçávamos, todo dia, olhando pra ela. Era como se fosse um porta-retrato gigante na janela da cozinha de casa. Crescemos com esse fascínio de querer saber o que havia lá em cima, e depois de lá. E assim foi, por tempos o GECA permaneceu mais como um estilo de vida. 

Retribuindo

Por: Alexandre Alves - Coordenador e guia do GECA Montanhismo

e a história se repete

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O GECA continuou como um estilo de vida. As idas à serra, cachoeiras e acampamentos continuaram acontecendo vez ou outra. Eu era novo na época, então acabava indo quando meu pai ia. Quando não conseguia ir pro mato, resolvia montar a barraca em casa, fazer uma fogueira no quintal. Queria vivenciar a atmosfera de acampar de alguma forma. Os anos se passaram e fui adquirindo certa independência. Com isso, comecei a acampar com meus amigos, indo pra Serra da Careta, Pico do Santo Agostinho, Pico do Papagaio, Parque Nacional do Itatiaia, Serra Fina, Pedra do Picu e inúmeras outras andanças. Em 2013, em uma ida com amigos ao Pico do Garrafão, lembro de termos conversado bastante sobre o grupo que formávamos e as trilhas que gostaríamos de fazer. Foi uma ideia inicial. Além das trilhas, travessias e acampamentos que gostava de fazer, comecei a escalar. Logo, o leque dentro do mundo do montanhismo se expandiu. Agora, além de ir para esses lugares acampar e fazer trilha, poderia também subir umas “pedras” e conhecer novos caminhos, vivenciando novas experiências. Os acampamentos foram acontecendo vez ou outra e quando dava, as escaladas também. Os anos foram se passando. 

Em 2016, em uma ida ao Papagaio, já com outra turma, cheguei a conversar novamente sobre a possibilidade de formarmos um grupo de montanhismo, aproveitando para reativar o GECA, pois, já existia uma identidade por trás. Foi aí que a coisa começou a ganhar forma. Criamos um grupo nas redes sociais, fortalecemos a ponte entre novas amizades e o grupo foi ganhando uma nova cara, agora, com outras pessoas. O marco para “reviver” o GECA se deu mesmo em 2017, quando formamos um grupo de 12 pessoas para ir encarar a Serra Fina. Todos curtiram a travessia e deu tudo certo. 

Hoje, atuamos como uma operadora de turismo de aventura, focada no montanhismo e escalada na região da Serra da Mantiqueira. Oferecemos saídas diárias para as mais diversas trilhas e roteiros na região, além de organizarmos expedições e trekkings para as mais belas travessias existentes na Mantiqueira. Vivências e cursos escalada, orientação e navegação, introdução ao montanhismo e consultoria técnica, estão entre os serviços oferecidos pela turma do GECA Montanhismo. Seguimos com o respeito para a montanha, como principal ideal. Na tentativa de defendermos nosso patrimônio e o bem que tanto amamos. 

Venha conhecer a Serra da Mantiqueira com a gente! Saia da sua zona de conforto, vá para fora, viva, aventure-se e "suba aquela maldita montanha”. 

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